Se tenho crescimento económico, se tenho crescimento financeiro, se não me falta dinheiro no banco, se tenho as pessoas todas cheias de trabalho, se a fábrica faz turnos consecutivos… então o meu negócio vai de vento em popa. Certo?

Não necessariamente!

Termos crescimento de vendas, equipas com backlog constante, e stock nas prateleiras não significa que não hajam produtos a sair com defeito, ou que os prazos médios de recebimentos não estejam a aumentar (descontroladamente) ou mesmo que a produção não esteja a ser superior ao necessário.

Para podermos ter certezas quanto ao desempenho da nossa organização necessitamos de ter perfeitamente definido onde queremos estar e como lá chegar. Depois, é necessário implementar metodologias de gestão que nos permitam aferir se os resultados estão a aparecer (nos diferentes pilares que sustentam um bom desempenho organizacional – Financeiro, Clientes, Processos internos de negócio, Aprendizagem e Crescimento).

Não existe uma fórmula única. Cada negócio é um negócio, cada gestor olha para a sua empresa de uma forma distinta de outro, mesmo sendo da mesma área de atividade.

Seja através do recurso ao Balanced Score Card, Tableau de Bord ou outra ferramenta, o gestor deve sempre ter muito claro a resposta às perguntas: 

1) Onde quero que a minha empresa esteja? (poderá, aqui, incluir um fator tempo – daqui a 10 anos)

2) Como vamos lá chegar? 

A resposta à segunda pergunta deverá ser, idealmente, com a definição de objetivos estratégicos que, atingidos, permitam chegar à resposta à primeira pergunta (não vale a pena grandes textos, procure ser sucinto e objetivo).

As organizações não chegam ao objetivo sozinhas. É a equipa que faz a organização andar para a frente, pelo que é importante que todos saibam a resposta às perguntas para que todos tenham a mesma visão da liderança. Comunique essas respostas de forma clara e procure que todos entendam, independentemente da sua função ou background.

De seguida, deve definir quais as métricas/indicadores de negócio que:

1) Espelham unicamente os objetivos definidos anteriormente (não crie métricas/indicadores que saiam fora dos objetivos estratégicos. Ao nível da gestão, tudo o que não sejam objetivos estratégicos são ruído que causará perturbação na focalização por parte da gestão).

2) Sejam facilmente mensuráveis/apuradas.

3) Variar (positiva ou negativamente) signifique obrigatoriamente que o cumprimento de um objetivo estratégico está em causa.

Deverá definir o período temporal em que irá atualizar os indicadores (todos os meses, trimestres, etc). Há indicadores que poderão ser atualizados numa periodocidade diferente de outros.

Por fim, defina ações corretivas para quando as métricas/indicadores estejam fora dos intervalos definidos. Apenas desta forma garantirá o fecho do ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) e assim a medição trará consequências no (re)alinhamento da organização com os objetivos estratégicos.

Assim, poderemos afirmar que algo que é medido é gerido!

 

 


Escrito por: Miguel Catela, CEO da flowinn